Mulher é presa em flagrante após ofensas racistas contra funcionário da Câmara Municipal de Curitiba

Uma mulher presa em flagrante na Câmara Municipal de Curitiba na tarde desta quinta (8) após cometer injúria racial contra um funcionário terceirizado da Casa. A ocorrência foi reportada à Polícia Civil para averiguação e possível enquadramento como racismo. A vítima, um funcionário terceirizado da Casa, foi registrar o boletim de ocorrência acompanhada de um procurador jurídico da Câmara, que é membro da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR). A mulher foi encaminhada pela Guarda Municipal para a Central de Flagrantes.
Às 13h35, uma mulher procurou a recepção da Câmara, dizendo que participaria de uma audiência pública agendada para esta tarde. Ao perguntar sobre onde seria realizada, o funcionário terceirizado da Câmara, membro da equipe de vigilância patrimonial, indicou a direção do plenário e, após a visitante pedir a ele um copo d’água, ao que foi gentilmente atendida, ela se reportou ao fato do funcionário ser negro e começou a fazer vários comentários preconceituosos, de cunho racial, em sequência, só parando com a chegada de outra visitante que ia para a mesma audiência. “Ainda bem que tem um preto aqui (para me servir)”, “Por isso que eu não gosto de feijão preto”, entre outras frases preconceituosas impublicáveis foram ditas pela mulher, de acordo com testemunhas. Segundo a assessoria, a Polícia Civil realiza diligências para esclarecer o fato.
“O funcionário então procurou a Diretoria de Segurança da CMC, reportou o ocorrido e a Guarda Municipal de Curitiba foi acionada para conduzi-la às autoridades policiais. Isto se deu por volta das 15h30, quando a visitante foi retirada da audiência pública para a lavratura do flagrante”, afirma nota da Câmara, encaminhada à imprensa. A Câmara afirma ainda que o funcionário receberá todo o apoio institucional da Câmara de Curitiba durante todo o desenvolvimento do caso: ” A Câmara reafirma que repudia o racismo ou qualquer outro tipo de discriminação em todas as suas formas. Esperamos que este caso tenha um encaminhamento exemplar, para que situações deste tipo cessem de acontecer. A CMC também reafirma o apoio da instituição aos seus funcionários terceirizados, em especial à equipe de vigilância patrimonial, para que se sintam amparados para denunciar casos de racismo e quaisquer tipos de discriminação”.
Repercussão
“Racismo não é brincadeira. Racismo é crime. Nosso mandato acompanha o caso para a situação seja apurada e as providências cabíveis sejam tomadas”, postou a vereadora Carol Dartora (PT), em publicação no Instagram.