Problemas no ferry-boat fazem Prefeitura de Guaratuba decretar estado de calamidade pública

A Prefeitura
de Guaratuba, no Litoral do Paraná, decretou estado de calamidade pública
por 60 dias, em razão do colapso no sistema de transporte aquaviário realizado
para travessia da Baía de Guaratuba em plena temporada de verão. O decreto foi
publicado nesta terça (11). O ferry-boat está sob comando de uma nova empresa
desde de 7 de abril de 2021 e de lá para cá os problemas e filas aumentaram,
principalmente na temporada de verão. Há registros de filas de até três horas
para embarque nos últimos dias.
"Com a chegada da temporada de verão e a ausência de
planejamento específico pela concessionária que realiza o serviço, para o
aumento da demanda, mais uma vez deixaram de ser atendidas as necessidades dos
usuários, ocasionando morosidade diária excessiva e inconcebível, criando filas
quilométricas que põem em risco o trânsito nas vias urbanas e nas estradas que
levam ao local de embarque e desembarque, bem como dificultando e até impedindo
os trabalhadores que se deslocam no litoral, de chegarem em seus locais
de trabalho", diz o prefeito Roberto Justus no decreto. O documento cita
ainda que as filas tem colocado em risco o transporte de pacientes do SUS de
Guaratuba para o Hospital Regional de Paranaguá e que há várias denúncias de
problemas, como embarcações carregadas de veículos navegando à deriva.
Com o decreto, fica autorizada a mobilização de todos os órgãos
municipais para atuarem sob a coordenação conjunta da Secretaria Municipal do
Urbanismo, Secretaria Municipal da Segurança Pública e da Coordenadoria da
Defesa Civil do Município, nas ações de resposta ao iminente risco de desastre
em razão do colapso do sistema de transporte aquaviário. As equipes municipais
poderão fazer vistorias nas embarcações e tomar as providências necessárias
para sanar as eventuais irregularidades.
Em
entrevista à rádio BandNews Curitiba, a prefeito Roberto Justus disse que
pediu ao Governo do Estado que rescinda o contrato com a atual empresa
prestadora do serviço: "Não dá mais para suportar essa situação. Nós entendemos
que entraves jurídicos, mas é preciso enfrentar o problema".
Segundo o prefeito, o desejo de rescisão do contrato acontece com o
objetivo de fazer com que o Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná
(DER-PR) fique responsável pelo serviço ou que seja contratada de forma
emergencialmente outra empresa “com competência” para realizar a travessia.
Em nota encaminhada pela assessoria, o Departamento de Estradas
de Rodagem do Paraná afirma que instaurou um Processo Administrativo de
Apuração de Responsabilidade (PAAR) contra a empresa que opera o ferry-boat em
Guaratuba, no litoral do Estado, por falhas na execução do trabalho. Tal medida
pode levar à rescisão unilateral do contrato. "O Governo do Estado reforça
que mantém ampla fiscalização da operação das balsas no litoral e que tem
avançado, junto ao Ministério Público Estadual, nas tratativas para a
construção da Ponte entre Guaratuba e Matinhos, projeto aguardado há décadas e
que resolve o gargalo logístico da região", diz ainda a nota.
Fonte
Bem Paraná