Justiça solta motorista de Porsche que atropelou e matou motoboy.
Postado 31/05/2025 17H25

Justiça solta motorista de Porsche que atropelou e matou motoboy; prisão é substituída por tornozeleira e restrições
Crime aconteceu em julho de 2024. Igor Ferreira Sauceda teve a CNH suspensa, não pode sair da cidade e terá de usar tornozeleira eletrônica.
A Justiça mandou soltar Igor Ferreira Sauceda, que atropelou e matou o motoboy Pedro Kaique Ventura Figueiredo, 21, em 29 de julho do ano passado na zona sul de São Paulo. A soltura foi determinada nesta sexta-feira (30) e é assinada pela juíza Isabel Begalli Rodriguez, da 3ª Vara do Júri.
Dirigindo um Porsche amarelo, Sauceda perseguiu a vítima na avenida Interlagos depois de Figueiredo chutar e quebrar o retrovisor do carro. Carlos Bobadilla, advogado do motorista, afirmou que não vai se manifestar sobre a nova decisão judicial.
Segundo a juíza, não foi comprovada a versão inicialmente constante dos autos de que Sauceda apresentasse comportamento ameaçador e que tivesse, em ocasiões anteriores, utilizado o mesmo Porsche para intimar desafetos. O inquérito instaurado para apurar as supostas ameaças foi arquivado.
“Nenhuma das testemunhas ouvidas em Juízo deu conta de ter sido intimidada ou ameaça pelo réu ou por pessoas de seu convívio e tampouco há notícia de que tenha tentado ocultar provas ou deixado de colaborar com a instrução processual. Pelo contrário, ao que se apurou até o momento, permaneceu no local dos fatos, deu sua versão à Autoridade Policial e não buscou prejudicar as investigações.
Rodriguez disse que Sauceda estava preso havia dez meses e que até agora sua defesa não conseguiu acesso ao veículo da vítima para a perícia solicitada e que isso ocorreu em razão da morosidade do Estado em permitir o acesso aos veículos envolvidos.
Ela também afirmou que a moto de Figueiredo foi devolvida à família sem autorização judicial.
Para a juíza, medidas cautelares diferentes da prisão se mostram mais adequadas e suficientes para garantia da ordem pública e da instrução processual.
Sauceda deverá comparecer mensalmente em juízo, teve a CNH suspensa, não pode sair da cidade por mais de oito dias nem deixar o país e deverá usar tornozeleira eletrônica.
Relembre o caso
À época, Sauceda afirmou à polícia que voltava do trabalho com a namorada quando Figueiredo chutou e quebrou o retrovisor esquerdo do seu carro e foi embora.
O empresário declarou, segundo o registro policial, que seguiu o motoboy pela avenida Interlagos e, na altura do número 7530, Figueiredo mudou de faixa abruptamente e entrou na frente do veículo. Disse que tentou desviar para a direita, mas não conseguiu escapar e atingiu a traseira da moto.
Com o impacto, a moto e o Porsche bateram ainda em uma árvore e em um poste. Figueiredo foi socorrido e levado ao Hospital Grajaú, onde morreu.
A namorada de Sauceda sofreu ferimentos nas mãos em razão dos estilhaços. O empresário aguardou no local do acidente a chegada da polícia.
De acordo com o boletim de ocorrência, o empresário foi submetido ao teste do bafômetro, cujo resultado deu negativo. Ele foi levado ao 48º DP (Cidade Dutra), onde prestou depoimento e foi preso em flagrante.
Na ocasião, o advogado Carlos Bobadilla classificou o caso como uma fatalidade.
“O Igor estava voltando para casa junto com a namorada, o Igor não havia ingerido qualquer bebida alcoólica, qualquer entorpecente e, infelizmente, aconteceu essa fatalidade. Ele não fez absolutamente nada de errado que pudesse legitimar a conduta de homicídio doloso conforme o delegado colocou..
Fonte: Banda B
Categoria: